domingo, 4 de agosto de 2013

Like Alice - Part VII


Alice caminhava despretensiosamente, como a flor que acabara de desenrolar a última pétala, mostrando-se pela primeira vez ao mundo: primeiro suspiro de dor!

Na sua doce inocência, acreditava não esperar mais nada das pessoas (assim talvez, tudo doesse menos), mas sabia lá no fundo que se iludia... Hora ou outra toda aquela chama arderia novamente, e abriria as asas que há muito custo e tempo, continha encolhidas.

A cada passo, lembrava-se de pessoas chaves em sua vida, de palavras que mudaram tudo, do cheiro e da energia dos lugares por onde passou, de frases intensas que leu e escreveu, de músicas que podia ouvir dentro do silêncio infinito daquela noite.

De repente sentiu a chuva em seus lábios, misturada às lágrimas salgadas e contidas: é mais fácil chorar quando chove! O ser humano tem maior facilidade de se expressar quando o sentimento é velado e fantasiado por algum outro acontecimento.

Então se confortou e pensou que talvez o tempo resolvesse tudo, e se encarregasse de encaixar as coisas em seus devidos lugares... Ou talvez tivesse que esperar o tempo certo para dizer a palavra certa... Ou quem sabe precisasse correr atrás do tempo perdido... Daí lembrou-se que a flecha do tempo de sua vida não era seqüencial: andava em círculos! E retomou seus passos e compassos...



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