sábado, 28 de setembro de 2013

Poeira na estante – Parte I

Crescer (2001)

Mil papéis sobre a mesa,
de todas as formas e todas as cores,
sem nenhuma culpa, nem dores.
Apenas papéis.
Entre eles, um coração,
no qual eu posso me enxergar.
Meu nome está lá,
em meio a tantas confusões e perguntas;
em meio a tantas ilusões e sentimentos.

Sim, um coração!
Que nem é tão velho assim,
que está apenas começando a crescer,
mas que já sabe amar,
e também odiar.
O ódio passa em poucos instantes,
talvez por ser um sentimento inútil e estúpido.
O amor, o tempo também há de apagar,
mas há uma coisa que esqueceram de contar:
o amor não é um sentimento inútil,
tão pouco estúpido!

Dúvidas e contradições,
misturadas com ilusões,
deixam-te sem ar.
Mas depois de parar para pensar,
você retoma seu caminho:
às vezes certo, às vezes errado.

São tantas mudanças...
São tantas cobranças...
E tantas semelhanças!

O sangue que corre em suas veias,
fervilham em revolta e amargura.
E num instante,
transformam-se em risos e sonhos.

Sonhos...
Deixe-me sonhar!
Deixe-me pelo menos acreditar,
que um dia irei te alcançar,
ou que um dia irei te esquecer!

Ouçam nossos gritos e clamores!
Vejam nossas alegrias e horrores!
Sintam nossos medos e amores!
E deixem a paz nos encontrar...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Descrição

É engraçado e estranho quando alguém expõe o que pensa sobre você... quando evidencia o que acha... quando te descreve de alguma forma!

As opiniões e olhares de cada pessoa serão sempre diferentes, e ao mesmo tempo, sempre com alguma coisa em comum. E por muitas vezes me fazem refletir a ótica de cada um, o que realmente sou, e ainda, o que aparento ser diante de tantas retinas!

Abaixo, uma descrição:

“Mari: Tal qual como os gatos (que nós gostamos tanto!) chegou livre, espaçosa e cheia de opinião. Gostei de você no instante que te vi! O que me lembra você é o trecho de uma música:

‘Ser capitã deste mundo,
poder rodar sem fronteiras.
Viver um ano em segundos,
não achar sonhos besteira.

Me encantar com um livro,
que fale sobre vaidade.
Quando mentir for preciso,
poder falar a verdade’. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Like Alice – Part X


“Precisa-se cuidado ao dar passos grandiosos e mudar certas coisas...” – dizia para si mesma enquanto rolava pela cama, e derrubava o cobertor pela terceira vez.

Depois Alice mudou o pensamento para as fantasias que sempre utilizou para fugir da realidade: muitas vezes imaginou-se como guerreira com armadura em campo de batalha. Outras vezes imaginou-se correndo pela floresta, fugindo de sombras que não identificava, esperando chegar a um beijo doce e apaixonante no final do caminho... alguém que a amasse e a protegesse de todo mal. Também viu-se tantas vezes trancada num castelo de pedra, cercada de livros, lendas, histórias, quadros e objetos antigos... naquele lugar, devaneava e escrevia sobre outras histórias e lendas.

Todos estes “personagens” a faziam pensar se ela em si, seu cotidiano, sua vida, seu entorno, não eram parte dos pensamentos, devaneios e imaginação de algum outro Ser. Sendo assim, ela só seria mais um personagem na cabeça de outro alguém, ainda que se beliscasse para verificar se estava acordada (ainda que desde pequena, sempre sentira lá dentro um wake-up call que fazia parte do que chamava de “sentimentos sem nome).

Desta forma, no seu íntimo, às vezes pedia para este Ser que algumas coisas fossem diferentes em sua vida. No entanto, ela sempre tomava cuidado ao dar passos grandiosos e mudar certas coisas...