terça-feira, 30 de setembro de 2008

"Um post para o Kiko!"


Este post é em homenagem aos felinos, especialmente ao meu gato Kiko (também conhecido como Kikinho, Ki, Xuxu ou Xu! Ele atende pelos apelidos também! Rsrs).
No momento estou lendo um livro chamado “Amor em minúscula”, de Francesc Miralles, onde aparece um gatinho que muda completamente a vida do personagem principal. Abaixo está um trecho do livro, extraído do capítulo “Tratado de Filosofia Felina”, que retrata bem o modo de ser dos felinos, em especial os gatos:


I. VIDA ESPIRITUAL

Os gatos são grandes meditadores, além de especialistas na arte da ioga. O felino é capaz de permanecer imóvel durante horas, viajando até seu próprio centro, para em um instante dar um salto ao mundo exterior e comprometer todos os seus sentidos naquilo que está fazendo. Sua vitalidade advém do repouso, porque o animal não consome energia em estados intermediários. Age ou descansa. Quando age, o faz como se jogasse a vida naquilo. Quando descansa, é como se nunca mais fosse levantar. Não perde tempo com hesitações.


II. VIDA EMOCIONAL

Diz-se que os gatos são egoístas, quando, na realidade, são simplesmente espertos. Não vêm a você se pode fazer com que você vá a eles. Sua força reside em sua aparente indiferença. Preferem deixar-se amar a arriscar seus sentimentos deixando-o evidentes. Como bons taoístas que são, fazem sem fazer e governam sem governar. Limitam-se a manter sua dignidade e a se conduzir de acordo com seus caprichos. Não pedem carinho e por isso o obtêm sem pedi-lo. Os cães têm donos; os gatos, criados.


III. VIDA SENSORIAL

Um gato em casa é um aviso permanente de que devemos prestar atenção. Deixamos, frequentemente, escapar oportunidades porque não temos consciência delas. Os felinos aguçam os sentidos, controlam seu entorno e estão atentos às menores mudanças. A vigilância deles é tranqüila, cheia de paciência ativa. Enquanto descansam estão conectados ao que os cerca para agir quando for necessário. Sua calma aparente é, na realidade, concentração. Esta atenção permite que os acontecimentos girem a seu favor.


Enfim, na próxima encarnação, eu quero ser um gato! Hauhauahauhau!

Foto: Meu Kiko!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Poesia pra uma sexta-feira chuvosa...


hoje o dia inverteu-se com a noite
(o entardecer é sempre mais triste!)
e não se sabe ao certo pra onde ir

queria não ser
tão passional no amor
deixar de lado o medo
parar de se esconder
atrás das próprias asas

distinguir realidade de ilusão
o caminho certo a seguir
e perceber que só há o agora
- e nada mais!
(e tão somente isso basta!)

talvez eu não chegue mais em casa
e me perca pelas ruas

hoje nada mais importa
além do precioso segundo
que ficou no verso anterior
no passional amor

na inocência descarada
daqueles que lutaram
sem saber porquê

você só enxerga o palco
mas é por detrás das cortinas
que se encontra a vida real:
de cara lavada, sem figurino
e sem textos decorados.

mas tão poucas vezes
você alcança o lado de lá

as mãos seguram o bebê
o cachorro de rua procura por abrigo
o velho procura os óculos
e a vida segue com detalhes mínimos:
especiais – essenciais
que ninguém para pra assistir comigo...


*Mari – 26/09/2008




segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mapa de anatomia: o olho! - Cecília Meireles


O Olho é uma espécio de globo,
é um pequeno planeta
com pinturas do lado de fora.
Muitas pinturas:
azuis, verdes, amarelas.
É um globo brilhante:
parece cristal,
é como um aquário com plantas
finamente desenhadas: algas, sargaços,
miniaturas marinhas, areias, rochas, naufrágios e peixes de ouro.


Mas por dentro há outras pinturas,
que não se vêem:
umas são imagens do mundo,
outras são invetadas.


O Olho é um teatro por dentro.
E às vezes, sejam atores, sejam cenas,
e às vezes, sejam imagens, sejam ausências,
formam, no Olho, lágrimas.










domingo, 14 de setembro de 2008

.:*PoeSia*:.



BEM NO FUNDO


No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostariade ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.



- Paulo Leminski -


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

...até eu fui obrigada a me entender!







"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."



- Clarice Lispector -