sexta-feira, 18 de março de 2011

O Castelo Animado

“O Castelo Animado” (Hauru no Ugoku Shiro // ハウルの動く城 // The Moving Castle), foi outra animação produzida por Miyazaki em 2004. A história é baseada no livro Howl's Moving Castle, da escritora inglesa Diana Wynne Jones, e conta a história de Sophie.


Sophie trabalha na chapelaria de sua família, e acha que seu destino é continuar sempre lá, não tendo maiores ambições para sua vida. Certo dia quando saiu para visitar sua irmã Lettie ela é importunada por alguns oficiais do exército mas é salva por um bonito jovem.


Mas isso atrai a atenção de uma bruxa que lança-lhe um feitiço que transforma-a numa velha. Apavorada com sua nova condição, ela decide sair de casa em busca de um modo de quebrar a maldição, mas não sabe para onde ir.


No caminho, ela liberta o espantalho enfeitiçado Cabeça de Nabo que a ajuda, levando-a até o castelo do mago Howl (que lembra muito as características do personagem Dorian Gray de Oscar Wilde, devido à sua fixação pela beleza). Lá ela encontra o demônio do fogo Calcifer que propõe quebrar seu feitiço desde que ela quebre o contrato que o prende ao mago.


Pela manhã, Sophie descobre que Howl é nada mais, nada menos que o bonito jovem que a ajudou, antes de ter sido transformada, no entanto, ela diz que nunca o havia visto, e que ela poderia ser a nova faxineira do singular castelo de Howl.


A partir daí a história começa a se desenrolar com personagens emblemáticos, guerras, lugares e magias, e Sophie, “envelhecida”, percebe o quanto não havia observado a vida quando era jovem.


O filme é cheio de lindas imagens e frases, e uma das minhas preferidas é: “O coração é um fardo pesado!”.



Imperdível!

terça-feira, 15 de março de 2011

A Viagem de Chihiro

Continuando os posts sobre Hayao Miyazaki, decidi escrever primeiramente sobre “A Viagem de Chihiro” (Sen to Chihiro no kamikakushi // 千と千尋の神隠し // Spirited Away), produzido em 2001. A animação relata a história de Chihiro, uma menina mimada que, por meio de provações, adquire maturidade.


Ganhador do Oscar de Melhor Animação (2003) e do Urso de Ouro do Festival de Berlim (2002), a história de “A Viagem de Chihiro” é cercada de simbologias complexas e criaturas fantásticas, magicamente elaboradas.

Com seus 10 anos, Chihiro se encontra diante de seus “ritos de passagem”, iniciados quando a menina, recusando-se a ficar sozinha na floresta, tem de atravessar um túnel que parece ter vida. Em seguida, ela deve resistir à comida mesmo sentido fome (coisa que seus pais não conseguiram, e acabaram por se transformar em porcos). A seguir, já num mundo de seres sobrenaturais (bruxas, espíritos, deuses) deve se humilhar para pedir um emprego e ainda suportar ser humilhada por ser humana; como empregada, tem que deixar de lado seu nojo e limpar a sujeira dos outros.


Adiante, recusa o ouro que o espírito “Sem Face” lhe oferta, provando que já sabe distinguir o que é essencial para se viver. Além de tudo isto, deve salvar Haku e seus pais, e não deve esquecer seu nome verdadeiro, para não ser plenamente dominada pela bruxa Yubaba.


De prova em prova, a cada estação de sua viagem, Chihiro vai compreendendo que a fronteira entre o bem e o mal não é bem demarcada e que os problemas podem ser revertidos ou pelos menos remediados.


Não restam dúvidas de que a história de Chihiro estonteia e desconcerta, sendo que Miyazaki se apóia na estrutura milenar do mito e vai agregando a ela nuances até alcançar uma narrativa densa, mágica e real ao mesmo tempo.