quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Like Alice - Part IX



“You have to make the right choice. As long as you don´t choose, everything remains possible!” – As frases de Nemo Nobody ecoavam na mente de Alice.
Existiam os caminhos já percorridos e os desconhecidos, e chegaria a hora em que não haveria mais a opção da não-escolha.

Os anos de silêncio não aquietaram a brasa no coração. Há coisas que adormecem por um tempo, mas que ressurgem e florescem em formas diferentes, como sementes guardadas no inverno.

Alice sabia que chegava o tempo em que ficaria novamente entre a Cruz e a Espada, entre o Mapa e a Bússola, entre a Sorte e o Acaso: e teria que escolher...

“As escolhas que fazemos não deveriam sentenciar as nossas vidas, ou guiá-las de forma tão severa. Sempre se é possível voltar atrás, ou recomeçar, ou tentar de novo, mas nunca mais será da mesma forma. As escolhas encerram as possibilidades. E isso é tão injusto...!
Quisera eu ter sido esquecida pelos anjos de Oblivion, e vislumbrar todos os caminhos possíveis, todos os amores plausíveis, e todos os finais previsíveis, assim como Nemo. E entender que de qualquer caminho escolhido, apenas um levaria à felicidade plena.” – devaneava Alice.

No entanto, uma frase a confortava: 
“Every path is the right path. Everything could´ve been anything else. And it would have just as much meaning” – e deixou o tempo trabalhando…






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Like Alice - Part VIII


"Existem coisas que não têm nome” – pensava Alice na tarde nublada de quarta-feira. Existiam dores que não sabia descrever e amores que não sabia definir.

O planeta Melancholia estava sempre em rota de colisão com seu coração: hora passava muito perto, levando toda a atmosfera e deixando-a sem ar, hora estava distante, e só se podia ver sua silhueta azulada ao longe no horizonte. 

Porém, sabia que um dia o planeta viria de encontro ao seu coração e tudo terminaria.
Seria isso então o consolo final para a alma? 
Para que então se preocupar com os sentimentos sem nome e com as pessoas às quais eles pertenciam?





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domingo, 4 de agosto de 2013

Like Alice - Part VII


Alice caminhava despretensiosamente, como a flor que acabara de desenrolar a última pétala, mostrando-se pela primeira vez ao mundo: primeiro suspiro de dor!

Na sua doce inocência, acreditava não esperar mais nada das pessoas (assim talvez, tudo doesse menos), mas sabia lá no fundo que se iludia... Hora ou outra toda aquela chama arderia novamente, e abriria as asas que há muito custo e tempo, continha encolhidas.

A cada passo, lembrava-se de pessoas chaves em sua vida, de palavras que mudaram tudo, do cheiro e da energia dos lugares por onde passou, de frases intensas que leu e escreveu, de músicas que podia ouvir dentro do silêncio infinito daquela noite.

De repente sentiu a chuva em seus lábios, misturada às lágrimas salgadas e contidas: é mais fácil chorar quando chove! O ser humano tem maior facilidade de se expressar quando o sentimento é velado e fantasiado por algum outro acontecimento.

Então se confortou e pensou que talvez o tempo resolvesse tudo, e se encarregasse de encaixar as coisas em seus devidos lugares... Ou talvez tivesse que esperar o tempo certo para dizer a palavra certa... Ou quem sabe precisasse correr atrás do tempo perdido... Daí lembrou-se que a flecha do tempo de sua vida não era seqüencial: andava em círculos! E retomou seus passos e compassos...



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