segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Like Alice – Part XI

Alice entendia muito pouco sobre tudo, incluindo ela mesma.

Algumas vezes visualizava sua vida como uma imensa Roda de Samsara (misticamente), ou presa ao mito nietzschiano do eterno retorno (filosoficamente). A diferença entre um e outro já não era tão grande assim, e o que notava é que estava fadada a um eterno círculo do qual não conseguia sair.

Em outras vezes enxergava sua vida como a difícil batalha da borboleta para sair do casulo: era tudo tão dolorido e sufocante, mas um dia conseguiria esticar as asas ao sol e secá-las, até conseguir levantar o voo definitivo, mostrando assim sua mais profunda beleza e força.

“Às vezes temos que escolher o incerto, para podermos encontrar o certo... mas para isso, temos que ter o sutil discernimento das estradas mais bonitas e intensas...”.

No caos latente do seu coração, enxergava muito menos do que queria e sentia muito mais do que podia... e por mais que quisesse, ou se esforçasse, a lágrima já não caía... tinha só o silêncio profundo das noites de inverno (ou como disse o velho mago – “o fôlego que se toma antes do mergulho”).

Para fugir de tudo isso, permitia-se estar vulnerável a qualquer palavra bonita, a um suspiro mais logo, a um olhar distante, e a qualquer pensamento bobo que a fizesse sair de si.

Mas ainda assim, entendia muito pouco sobre tudo, incluindo ela mesma e o próprio coração.


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Um comentário:

Happy_Sad disse...

"Às vezes temos que escolher o incerto, para podermos encontrar o certo"